Ampliação da rodovia Presidente Dutra já recebeu R$ 2,5 bilhões do BNDES

Total previsto é de R$ 10,75 bilhões para a Via Dutra e Rio Santos, concedidas para a CCR RioSP

Por Conexão Construção 15/04/2025 - 12:48 hs
Foto: CCR
Ampliação da rodovia Presidente Dutra já recebeu R$ 2,5 bilhões do BNDES
Mais de 2 mil colaboradores participam neste momento da execução do projeto

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Aloizio Mercadante, visitou, nesta terça-feira, 15 de abril, na Serra das Araras, trecho das obras de operação, recuperação, ampliação de capacidade e melhorias da Rodovia Presidente Dutra (BR-116 RJ/SP) e da Rodovia Rio-Santos (BR-101 RJ/SP). Ao todo, o BNDES aprovou apoio financeiro de R$ 10,75 bilhões à Concessionária do Sistema Rio–São Paulo SA (CCR RioSP), incluindo a maior emissão de debêntures incentivadas da história (R$ 9,4 bilhões).

Desde o anúncio do investimento, em julho do ano passado, o BNDES já desembolsou R$ 2,5 bilhões. Os recursos estão sendo liberados à medida que os investimentos estão sendo realizados. No total, estão previstos R$ 15,5 bilhões em investimentos, o maior valor entre todas as concessões rodoviárias federais, com potencial de geração de 40 mil empregos durante implantação e de mais de 3 mil postos, pós-conclusão.

O trecho da Serra das Araras, entre os munícipios de Piraí e Paracambi, ambos no Rio de Janeiro, é uma das obras mais icônicas de todo o projeto, com investimento previsto de R$ 1,5 bilhão, sendo 70% do valor financiado pelo BNDES. O novo traçado contemplará oito faixas (quatro para cada sentido) além dos acostamentos, um em cada sentido. Com essa expansão, a velocidade será de 80 km/h, permitindo a redução de 25% do tempo no percurso da subida (sentido São Paulo) e 50% na descida (sentido Rio de Janeiro). Haverá também 24 novos viadutos com extensão de 4.503 m e 2 rampas de escape. A região convive com um fluxo de cerca de 390 mil veículos mensais, sendo 36% deles veículos de cargas, com grande lentidão e acidentes quase diários.

Os números da obra são superlativos: serão executados 600 mil ³ de desmontes de rochas e utilizados 129 mil m³ de concreto e 16,5 milhões de kg de aço, além de 68.830 m² de solo grampeado e 2.730 m² de cortina atirantada (contenção de enconstas). Mais de 2 mil colaboradores participam neste momento da execução do projeto e estima-se que até o final da obra, mais de 5 mil pessoas terão atuado nela.

A obra apresenta ritmo avançado de execução (25%). Foram instaladas cinco das 50 vigas já fabricadas no canteiro de obras alocado em Paracambi (RJ) e a execução de 502 fundações em estacas raízes das 2.200 programadas durante todo o período de obra. Além disso, a concessionária já está atuando em 25 das 34 frentes de trabalho que serão conduzidas durante as atividades. Também está em andamento 12 fundações nos 24 viadutos que serão implantados na Serra. A previsão da concessionária é de entregar a nova pista de subida em 2028 e a nova pista de descida em 2029.

“Com o Novo PAC, o governo Lula tem avançado com obras estruturantes para o país, como a viabilização da Dutra do Futuro, que será a rodovia mais digital do Brasil, com conectividade e monitoramento em toda sua extensão. No BNDES, inovamos na forma de fazer o crédito para o financiamento de infraestrutura, com o Project Finance Non-Recurse, no qual a garantia está no próprio projeto, e com o desembolso faseado das debêntures, que dá mais segurança em financiamentos de longo prazo. Estamos com uma estimativa muito otimista. Em 2024, tivemos o maior volume de crédito aprovado para concessões de rodovias na série histórica do BNDES, com R$ 23,5 bilhões”, afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Capacidade aumentada em 40%

Serão realizados investimentos na malha rodoviária concedida de 626 km, no trecho de 355,5 km entre os municípios de São Paulo (SP) e Seropédica (RJ), e nos 270,3 km entre os municípios do Rio de Janeiro (RJ) e Ubatuba (SP). São 10 praças de pedágio na concessão: sete na Dutra e três no trecho referente à BR-101. O projeto conecta 34 municípios, incluindo as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, os dois maiores polos econômicos do país, com 60 milhões de pessoas, que respondem por 41% do PIB do Brasil.

O objetivo é expandir em 40% a capacidade das rodovias, além de construir nova pista de subida da Serra das Araras, com 8km de extensão e quatro faixas e desativação da atual pista de descida. Também serão duplicados 82 km da BR-101, entre Mangaratiba e Angra dos Reis, com melhorias e faixas adicionais nos trechos Rio-Mangaratiba e Angra-Ubatuba. Serão 602 km de faixas adicionais e 144 km de vias marginais, ampliando a capacidade de tráfego da Dutra e da BR-101. O percurso terá 100% de monitoramento por câmeras e 100% de conectividade para os usuários ao longo de toda a rodovia.

Nas rodovias serão adotados o sistema de cobrança free flow, sem cancelas de pedágio, melhorando a fluidez do tráfego, e desconto de usuário frequente, desconto básico para uso de tag (sem parar) e tarifa diferenciada de segunda a quinta-feira na BR-101.