Energia solar proporciona economia em momento de queda da atividade econômica

Segundo mapeamento da entidade, investimentos privados somam cerca de R$ 6,1 bilhões no País desde 2012

Por Conexão Construção 03/04/2020 - 13:53 hs
Foto: Ao Ponto
Energia solar proporciona economia em momento de queda da atividade econômica
Empresa Ao Ponto investiu R$ 500 mil no projeto de utilização da energia solar

A empresa Refeições Ao Ponto, companhia localizada em Santa Cruz do Sul (RS), com mais de 25 anos na atuação no mercado de alimentação coletiva em todo o território brasileiro, investiu em janeiro deste ano, um sistema de energia solar fotovoltaica e, com isso, o consumo de energia elétrica caiu cerca de 40% frente à média mensal da companhia, dinheiro que está sendo usando para compensar a queda nas vendas, resultado da retração econômica.

“Há no País mais de 70 linhas de financiamento que permitem adquirir a tecnologia fotovoltaica com quase nenhum aporte, além de possuírem taxas a 0,8% ao mês, o que viabiliza a instalação”, diz Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Muitas vezes, o valor economizado na conta de luz abate o valor da parcela do financiamento e libera recursos para recompor o caixa das empresas.

De acordo com a Absolar, o uso da tecnologia fotovoltaica em telhados e terrenos pode reduzir custos de energia para as empresas em até 95% e ampliar a capacidade de investimento no negócio e geração de novos empregos.

Como a atividade econômica tende a voltar de forma lenta, um aporte bem programado agora poderá ajudar as empresas a se organizarem a médio e longo prazo, quando o consumo deve voltar a crescer e a demanda por energia também. Segundo levantamento da entidade, os investimentos privados das organizações nesta área somam cerca de R$ 6,1 bilhões, desde 2012 no País.  

A empresa Refeições ao Ponto investiu cerca de R$ 500 mil e, de acordo com a análise realizada pela empresa, o retorno do valor deve acontecer em um prazo de três anos e meio. “O investimento em equipamentos de energia solar é uma maneira de economizar, o que possibilita também investir em outros setores do negócio, além de permitir uma autonomia energética para as operações. Outro ponto são as iniciativas de responsabilidade ambiental, que vão muito além de estratégia de mercado, mas que se propagam cada vez mais em busca de qualidade de vida para as próximas gerações”, comenta Mara Schwengber, coordenadora regional da ABSOLAR no Rio Grande do Sul e executiva da Solled, empresa que desenvolveu o projeto.

O presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, lembra também que o sistema fotovoltaico é hoje um dos melhores investimentos para empresas e cidadãos, já que traz um retorno muito acima do oferecido no próprio mercado financeiro. “Como o juro real no Brasil está mais baixo, os consumidores têm buscado alternativas de investimentos com retornos mais rápidos, como é o caso da energia solar”, comenta.

Para o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, o Brasil é uma nação solar por natureza, com condições privilegiadas para se tornar uma liderança mundial na área. “A energia solar fotovoltaica reduz o custo de energia elétrica da população, aumenta a competitividade das empresas e desafoga o orçamento do poder público, beneficiando pequenos, médios e grandes consumidores do País”, diz Sauaia.

Retorno do investimento em três anos e meio

A microusina de energia fotovoltaica instalada na matriz da empresa Ao Ponto é composta por 526 módulos fotovoltaicos WEG e três inversores Huawei, com potência total de 178,8 KWp. Para a realização do projeto, foram investidos cerca de R$ 500 mil e o retorno deste valor deve acontecer em um prazo de três anos e meio. A instalação da microusina foi realizada pela empresa Solled Energia de Santa Cruz do Sul (RS).

A média mensal de produção de energia elétrica é de 29.000 KWh. A expectativa da empresa é que ela represente uma diminuição de 40% do consumo de energia elétrica. Segundo a Ao Ponto, o objetivo desta ação, além da redução de custos, é minimizar o impacto ambiental das suas atividades e inclui  diversas frentes. Em seus restaurantes, foram substituídos copos plásticos e potes de sobremesa descartáveis por opções reutilizáveis. A matriz já utiliza há diversos anos aquecimento solar para a água e o óleo é destinado a ONGs que o reutilizam para outros fins.