Pesquisa mostra diminuição dos afastamentos por saúde em trabalhadores da construção civil

Levantamento do Seconci-SP indica que traumatismos e ferimentos caíram de 13% para 7,5%

Por Conexão Construção 25/09/2017 - 11:45 hs
Foto: Seconci-SP
Pesquisa mostra diminuição dos afastamentos por saúde em trabalhadores da construção civil
Segunda-feira é a campeã de atestados emitidos, correspondendo a 21,7%, ante 17,1% às sextas-feiras

Realizada desde 2012 pelo Serviço Social da Construção (Seconci-SP), a edição 2016 da pesquisa que revela os motivos de afastamento na construção civil aponta melhoria da atenção com a saúde e a segurança do trabalhador. “Os investimentos das empresas do setor e os cuidados da própria pessoa em relação ao seu bem-estar têm aumentado, tirando cada vez menos o trabalhador do batente”, constata a dra. Norma Araujo, superintendente do Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana (Iepac) do Seconci-SP.

Essa propensão foi demonstrada a partir da análise de 7.563 atestados gerados a partir de 51.244 consultas médicas realizadas em 2016 na Unidade Central do Seconci-SP, na capital paulista. Apesar de dores e inflamações seguirem no topo do ranking de motivos para o absenteísmo, a proporção dessas causas diminuiu no período de análise, caindo de 43% em 2012 para 30,1% em 2016. Outra redução significativa foi no grupo de enfermidades ligadas a contusões, entorses, traumatismos e ferimentos, cuja participação foi de 13% em 2012 para 7,5% em 2016. 

No ano passado, foram registrados 588 diagnósticos diferentes. Dores nas costas, juntas e inflamações (ombro, juntas e tendão) corresponderam a 30,1% dos motivos de falta ao trabalho. Faringites, amigdalites, sinusites, gripes e viroses foram responsáveis por 12,8% do absenteísmo. 

Já os pacientes que realizaram exames com duração superior a três horas ou precisaram ficar em observação clínica – e, dessa forma, perderam o dia de trabalho – correspondem a 8,8% dos atestados emitidos. Má digestão, gastrite, diarreia, úlceras e inflamação no intestino equivaleram a 6,5%, e hipertensão arterial e doenças cardíacas, a 5,8%. Doenças ligadas ao sistema respiratório (faringites, amigdalites, sinusites, gripes e viroses) apresentaram aumento, indo de 7% para 12,8%. Segundo dra. Norma, esse resultado evidencia a importância de intervenções preventivas, como a vacinação contra a gripe.

Na série histórica, foi registrada queda nos dias de afastamento. Enquanto no ano passado os trabalhadores ficaram em média 1,6 dia afastados, em 2015 esse número foi de 1,7 – segunda menor média em relação a 2012 (2,3), ficando atrás apenas de 2014, com 1,4. 

A dra. Norma ressalta que a convergência é explicada em virtude de dois fatores: o aumento das ações de prevenção por parte das empresas e a maior consciência dos trabalhadores quanto à realização de exames preventivos. Ou seja, a gestão da saúde dos funcionários está mais eficiente, o que possibilita uma promoção da saúde, com prevenção de doenças e tratamentos mais assertivos. 

Na análise por faixa etária, a maioria dos atestados foi para os trabalhadores entre 40 e 49 anos (2.097), seguido por empregados com idade entre 30 a 39 anos (1.836). No total de consultas, o grupo mais demandante também foi o de 40 a 49 anos (28,0%), seguido daqueles com 50 a 59 anos (24,4%).

Os resultados da pesquisa mostram que, entre os dias da semana, a segunda-feira é a campeã de atestados emitidos, correspondendo a 21,7%, ante 17,1% às sextas-feiras. A terça-feira é o segundo dia com maior número de atestados, com 21,1%; seguido da quarta-feira (20,2%) e quinta-feira (19,8%).